sábado, 30 de março de 2013

Uma reflexão política




Uma reflexão política

Analisando a política e a forma como em períodos eleitorais as alianças vão sendo construídas no interesse de cada candidato em aglomerar mais partidos políticos em torno de sua candidatura, chego a conclusão que esta união de partidos em torno de uma legenda, torna-se nocivo à democracia, tirando do eleitor a possibilidade de ter opções em quem votar. 

Uma democracia não se fortalece nestes moldes eleitorais, onde a sociedade fica sem opção de votar, ou vota num ou vota noutro, sem outras alternativas. Quando analisamos este tipo de arranjo eleitoral, o reflexo negativo pode até não ser sentido quando se trata de eleições para presidente da republica, ou mesmo em eleições estaduais, mas em termos de eleições municipais este modelo adotado pelos políticos é sem duvida nociva para o município, porque este tipo de arranjo tira do eleitor por completo, a opção de ter mais candidatos para escolher mais democraticamente seu futuro mandatário. 

Analisamos um exemplo: numa cidade, os políticos se unem em prol uma candidatura única, ai a pergunta fica: e se eleitor não aprovar o candidato escolhido? Não tem o que fazer, será este o eleito. Assim, pode ser dar também no caso de 2 candidatos. Enfim, nestas construções de alianças os eleitores acabam tornando-se refém de candidaturas arranjadas.

Muitos podem dizer: mas todos os partidos tem o direito de lançarem candidatos e construírem diversas chapas para disputar eleição. Sim, é verdade, a eleição é um ato democrático em que todo aquele que esteja filiado em algum partido político pode ser candidato. Porém, aqui vem um outro artifício político que é os arranjo já citado entre os políticos que acabam não lançando candidatos e se aliando a outras chapas para que no futuro render dividendo, isto é, se unem, para fazer parte do governo do possível aliado, caso ele vença. 

Pois bem, este é um jogo democrático, a Lei Eleitoral, dá as condições necessárias para a democracia. A lei não fecha questão, inclusive, dando o direito às estas manobras eleitorais. No entanto, quem deveria mudar este tipo de situação onde o eleitor perde seu direito de escolha e representatividade isto é, fica sem liberdade de escolher vias alternativas na escolhas de seus mandatários são os partidos políticos, ou melhor, são os políticos que deveriam olhar para a sociedade e dar para ela a oportunidade de ter opções. São os partidos políticos e os políticos que deveriam abdicar de seus interesses pessoais em estar num governo em prol a democracia que é oferecer mais candidaturas e projetos políticos para as cidades. 

Sei que este artigo é uma utopia e fora da realidade da mentalidade dos políticos, mas, também sei que esta deveria ser uma pratica do político, isto é, olhar para a sociedade antes de buscar seus interesses. Todos podem governar juntos, somando-se as forças políticas, no entanto, os partidos políticos e os políticos em períodos eleitorais têm a oportunidade de lançar seus projetos, oferecer-se como alternativas e assim, colaborar para que o poder do dinheiro; o poder do político maquiavélico não seja capaz de tirar dos eleitores direito de terem mais opções para escolherem melhor seus candidatos.

Ataíde Lemos
Escritor & Poeta

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