sexta-feira, 15 de abril de 2011

O caso de Realengo abre uma discussão oportuna e de oportunismo


Após o trágico episódio da Escola Tassio da Silveira em Realengo, onde Wellington Menezes de Oliveira, matou 12 crianças, levantou-se a questão do desarmamento, um assunto importante, mas com um tom de oportunismo, ou seja, alguns procuram, promover-se politicamente através de um discurso para agradar parte da opinião pública, mascarando um problema sério que é o cumprimento do Estatuto do Desarmamento.

A sociedade brasileira já deu sua resposta quanto possuir armas ou não, inclusive, escrevi vários artigos na época enfocando meu ponto de vista a favor do desarmamento, no entanto, na democracia se respeita a opinião da maioria e como ela votou contra, não seria um episódio triste como o ocorrido que mudaria a opinião dos 65 % dos que foram contra em 2005, até porque, de lá para cá a segurança não melhorou a ponto de uma mudança de pensamento dos brasileiros, pelo contrario, a segurança ainda é um dos pontos cruciais que o Estado não consegue resolver, pois os baixos salários dos policias, a falta de preparo dos mesmos e a corrupção que existe nestas instituições torna-se um entrave que parece não resolver. Desta forma alguém precisa se armar e assim, como que a sociedade vai abdicar deste direito? Mesmo sabendo que ter uma arma a grande vitima é o cidadão de bem que a possui! Porém, ainda que seja assim, ter uma arma para os que possuem é sentir-se uma sensação de segurança.

O grande problema que há em relação às armas é a quantidade de armas legais que se tornam ilegais após sua fabricação. São as armas vendidas de forma ilegal pelas industrias, pelos varejos devido a falta de fiscalização por parte do Estado e também o grande comercio clandestino que ocorre através dos agentes de segurança pública aos marginais. Além do que, produzir uma arma não é um bicho de sete cabeças, ou seja, deve haver muitas fabricas clandestinas que acabam produzindo armamentos para o crime.

Portanto, a meu ver, a questão da violência está numa política de segurança que envolve todas as instituições públicas afins. Vontade política onde se faça cumprir as leis através de uma fiscalização para se ter um controle através de um banco de dados deste a fabricação até a ponta, ou seja, a venda do consumidor final. É preciso promover segurança, onde o cidadão tenha a certeza que não precisará possuir uma arma para se defender. É necessário, através dos Conselhos de Seguranças Públicas, sejam eles os municipais, estadual e Federal promover políticas de prevenção a fim de que  as instituições possam ter mecanismos de proteção e de fiscalização para que não ocorram fatos lamentáveis como o da escola de Realengo.

Como ocorreu numa escola poderia acontecido num shopping, numa avenida movimentada, como já ocorreu numa sala de cinema etc., ou seja, são situações atípicas que certamente foge o controle, mas que não podemos deixar de levantar-se questionamentos, principalmente num País que o Estado é praticamente ausente em termos de segurança e saúde metal, fatores essenciais para desencadear episódios como o ocorrido.

Ataíde Lemos
Escritor e poeta

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