domingo, 31 de outubro de 2010

Ao descortinar das eleições presidências de 2010


            

Muitos analistas políticos queixaram que os candidatos à presidência foram pobres em seus discursos, ou seja, uma campanha marcada sem projetos e por continuidade. Que os candidatos presidências mais pareciam estar postulando cargos a prefeitos ou no máximo a governadores, pois suas plataformas políticas se deram em falar de assuntos pontuais, sem um projeto grande para o País. Também insistiram que os temas políticos ficaram resumidos em temas religiosos como o aborto.

Pois bem, não vejo que a campanha dos presidenciais foi esta pobreza destacada pelos analistas políticos, pelo contrário, a campanha se deu dentro de um contexto social, econômico e religioso atual.

Na verdade, uma nova eleição começa quando uma outra termina, ou seja, a partir do momento que há uma eleição todos os partidos, de certa forma, já se mobilizam formando seus dossiês, isto é, começam a gravar, recortar fatos do cotidiano para a próxima eleição. Quem é situação monta seus argumentos registrando tudo que faz. Enfim, é assim que funciona a política em termos eleitorais. Ainda é preciso registrar que no período eleitoral há os fatos do momento que também são usados para os candidatos de ambos lados.

Voltando as eleições deste ano (2010), podemos observar que, segundo o contexto atual, o País está caminhando, crescendo economicamente, fazendo distribuição de rendas, ou seja, não há algo que levaria os candidatos a promoverem debates de grandes projetos a não ser a continuidade do que vem ocorrendo. Isto é, o país se encontra nos trilhos. Talvez este tenha sido o motivo de não haver por parte dos candidatos discussões de projetos de níveis elevados.

Temas que serão sempre colocados por candidatos é a questão da saúde, da segurança, da educação, pois estas áreas normalmente serão deficitárias, pois devem serem de investimentos contínuos. O que pode ocorrer é que, alguns políticos têm uma tendência a priorizar determinada área, ou seja, uns são mais voltados à saúde, outro a educação e por ai em diante, sendo assim, acabam canalizando seu governo a estas áreas especificas, no entanto, deixam outros seguimentos tão importante quanto a desejar.

Porém, retornando aos temas que foram explorados este ano e que fez o diferencial de fato teriam que entrarem em pauta foi à corrupção e falta de ética no governo como também a questão religiosa. De forma alguma, isto baixou o nível da campanha, pelo contrario, foi fundamental esta discussão, pois o grande problema contemporâneo do Brasil está na corrupção. Nosso País encontra-se dentro de uma lama de corrupção e a falta de ética dos políticos, portanto, este tema não poderia ficar fora do debate político. Ainda que o governo faça seu presidente, quase a metade da sociedade está indignada com esta situação e isto é muito importante.

Outro assunto em destaque desta eleição que foi o aborto, também um tema necessário ter sido debatido. As manifestações da igreja católica e de algumas evangélicas foram de suma importância, pois ainda que vivemos num Estado Laico, a maioria esmagadora da sociedade brasileira é cristã e o aborto vai contra este principio. Quem motivou a discussão foi o Partido do governo e a candidata Dilma, ao se declarem favoráveis a descriminalização do aborto lançando o PNDH-3.

A igreja foi mais responsável que as mídias, ou a maior parte delas, que não se calou diante ao PNDH-3. A mídia fez o contrário, quando um dos projetos do PNDH-3 é a restrição da liberdade de imprensa, ficaram em cima do muro e quando se sentiram ameaçadas, pelo discurso de Lula, acovardaram-se. Ficou notório que Lula mandou um recado as grandes mídias no discurso dele em Campinas e após aquele acontecimento a mídia amenizou matérias sobre as investigações contra o governo.

Em suma, esta campanha foi normal dentro do contexto, não vejo que faltaram debates de grandes projetos. O que podemos destacar foi o papel da internet, que a partir de agora serve para que os políticos se atentem mais a ela, pois a tendência é que cada vez mais ela interfira eleitoralmente.

Ataíde Lemos

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