quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O eleitor e as eleições



No primeiro mandado de Lula foi um período onde o país foi devassado por inúmeros focos e fatos de corrupções. Um governo que veio de um discurso ético e de moralidade como oposição para destruí-la quando assumiu o poder. Um governo que começou com corrupção e terminou com os aloprados “dossiê”, onde toda a nação pode ver os sacos de dinheiro que seriam pagos para que Lula conseguisse se reeleger. No entanto, a maioria da sociedade ignorou a corrupção e o manteve dando-lhe mais um mandato. Enfim, desta vez não foi o PT que rasgou e ignorou a ética, mas sim a sociedade de um modo geral.

Com a reeleição de Lula  o que ficou demonstrado é que a sociedade prioriza outros fatores, ou seja, nem ética, nem a idoneidade são requisitos prioritários pelos eleitores nas escolhas de seus governantes, pelo contrário, o importante é fazer ainda que roube. Isto ficou confirmado com a reeleição de muitos políticos que tiveram seus nomes envolvidos em inúmeros escândalos de corrupções, como os mensaleiros, os sangue-sugas os quais se faz desnecessário citar seus nomes. Em suma, o que podemos deduzir com tais acontecimentos é que: a ética, a moralidade, a idoneidade é uma  bandeira utópica de uma pequena parcela da sociedade que não tem força de transformação.

O segundo mandato de Lula, os escândalos foram menos divulgados no Executivo, não significando que foram poucos, mas sim, abafados e a corrupção foi mais bem elaborada, contentando a todos para que não houvessem os rebeldes, porém eles se deram de maneira clara no Legislativo. Quem não se lembra do episódio do Senado Federal? caso Sarney? Quem não se lembra dos votos dos petistas para que não houvesse a cassação de Sarney? Hoje, estes mesmos que na época votaram pelo arquivamento do processo estão pedindo votos como por exemplo Edeli Salvati, Mercadante e tantos outros aliados como os do PMDB e de vários outros partidos da base do governo. Certamente, muitos deles serão eleitos ou reeleitos novamente. Em Minas Gerais temos um exemplo clássico que senador  Wellington Salgado – um dos lideres pelo arquivamento no caso Sarney –  suplente do senador Hélio Costa (ex-ministro do governo Lula), candidato a governo de Minas  Hélio Costa  está 1º nas pesquisas de intenção de votos.

Pois bem, agora estamos novamente nas eleições para eleger nosso futuro presidente e Lula escolhe alguém para substitui-lo. Alguém que nunca participou de um cargo eletivo. Uma pessoa que até antes das eleições não se via um sorriso diante das câmeras. Uma pessoa que não tem bons antecedentes, segundo vários documentos que foram apresentados aos eleitores. Alguém que cada dia está crescendo nas pesquisas na sombra de Lula. Enfim, alguém que está sendo construída pelos marqueteiros e pelo prestigio de um governo corrupto, mas que conhece como ninguém o eleitor e sabe jogar com ele.

Enfim, é difícil abraçar a bandeira da responsabilidade do voto. A bandeira do compromisso com a cidadania se o grande problema não está no político, mas sim na cultura do eleitor. Se o problema está na raiz que é a formação moral e ética do eleitor, enfim, se o problema está nos traços de personalidade da sociedade. Portanto, cabe nos fazer o trabalho de formiguinha, continuar ser utópico e entregar nas Mãos de Deus e por fim, repetir sempre “o povo tem o governo que merece”.
 Ataíde Lemos 

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