domingo, 22 de novembro de 2009

Políticas Afirmativas na Educação II














         





          Uma das estratégias de um governo populista é jogar os pobres contra os ricos, criando assim, uma animosidade entre classes sociais, etnias e raças. Outra estratégia é promover políticas públicas assistencialistas, pois tais políticas, encontram forte apoio nas massas, o que lhe assegura uma substancial base eleitoral. Como marketing, anuncia projetos mirabolantes, que proporcionam grandes efeitos na mídia por meio de publicidades bem elaboradas. Exemplificando: lança um projeto de construção de milhões de casas populares, porém só constrói algumas dezenas, fazendo a publicidade da entrega das chaves dessas casas. Este gesto produz um grande marketing político. Enfim, jogar na mídia projetos fictícios, sensacionalistas e assistencialistas mesmo sem se realizar 1% deles, causa efeitos estrondosos. Esta é a maneira de agir de um governo populista. Enfim, observamos que sua maneira de atuar é procurar jogar com as massas – a maioria da população – contra a minoria e também promover, ainda que com meras ilusões, grupos de pessoas que de fato vivem à margem da sociedade.

          Quando analisamos a questão das políticas afirmativas na Educação, percebemos que esta é mais uma política pública populista, no entanto, extremamente perniciosa para a sociedade no que se refere à educação, por mais que procuremos compreender o sentido dela, observamos que não tem nada de positivo para promover a justiça social e nem beneficia totalmente o sistema educacional.

          Desde que se iniciou o debate de cotas para a educação, houve acirramento do preconceito e da discriminação entre raças e etnias no Brasil. Esta política não está sendo aceita pelos brancos e nem por grande parte dos negros, pelo contrário, apenas está gerando mal-estar entre estas duas raças. Enfim, esta política de cotas na educação é totalmente arcaica, preconceituosa, demagógica e está levando a um retrocesso na Educação.

          Vejamos a realidade do Brasil no que se refere à Educação e então, poderemos tirar a conclusão de tal política: existe uma opinião unânime de que a educação pública é de péssima qualidade, isto é um fato constatado, no entanto, ela não é discriminatória. Isto é, todos os que estudam nas escolas públicas, sejam negros, brancos, índios, deficientes e etc., recebem o mesmo ensino. Enfim, é um ensino ruim, mas é igual para todos. Outra situação; o ensino básico e fundamental é obrigatório, inclusive determina ações penais aos pais que não colocam seus filhos nas escolas. Portanto, não existe razão para se privilegiar pessoas pela cor da pele ou mesmo devido as suas etnias.

          A política do Enem, que agora também deseja incluir os alunos mais bem classificados no ensino superior, sem a necessidade de prestar o vestibular, é a constatação da péssima qualidade do ensino público oferecido à sociedade, é mais uma maneira usada para corroborar a fraca qualidade da educação brasileira. Pois manter acesso, dos que participam do Enem ao ensino superior, nada mais é que se criar dois vestibulares distintos; um de alto nível e outro para o ensino de baixa qualidade.

          Em suma, uma política séria capaz de promover a inclusão, sem privilegiar grupos e classes sociais, seria o governo admitir a fraca qualidade da escola pública e criar projetos de pequeno, médio e longo prazos para a educação pública. De médio e longo prazos, estaria na melhoria do ensino básico, fundamental e médio para que os alunos das escolas públicas, tenham as mesmas condições que os alunos das escolas particulares, ao prestar o vestibular para o ensino superior. E a política de imediato, seria oferecer cursinhos públicos aos que terminam o ensino médio nas escolas públicas, para que possam competir em igualdade de condições com a classe de maior poder econômico. Outra política de imediato, seria proporcionar ao jovem de baixa renda, que tenha acesso ao ensino superior, ter condições de manter-se na Universidade seja ela pública ou privada, tendo garantias que vão concluir o curso sem a necessidade de serem gênios. Pois hoje, o que se exige do aluno para conseguir um financiamento do FIES é genialidade e não aplicação nos estudos.

Ataíde Lemos
Revisão: Vera Lucia Cardoso 

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