domingo, 16 de agosto de 2009

Eleições presidenciais de 2010 visando 2014

A política é um jogo para o poder e esse jogo ocorre num tabuleiro de xadrez, onde as peças vão sendo jogadas com cuidado, com muita estratégia, se costurando e seguindo-se uma lógica, que é: primeiro o interesse pessoal e logo em seguida, o de um partido político, que na verdade não é um partido na essência da palavra, mas sim um grupo, que faz de uma instituição chamada Partido Político, um objeto de seus interesses.
É complicado entender esse jogo, mas gostaria de procurar descrever hipoteticamente, como deve estar sendo arquitetado neste momento este jogo eleitoral, que tem por fim a Presidência da República de 2010.
Pois bem, parece que Lula não vai conseguir mesmo modificar a Lei visando instituir o Terceiro Mandato. Infelizmente para ele mesmo, que embora tenha um grande índice de popularidade no momento, não consegue fazer com que esta Emenda à Constituição tramite no Congresso Nacional, principalmente na Casa do Senado. Para Lula o Terceiro Mandato já está fora de cogitação.
Sendo assim, para sua vaidade pessoal de ainda voltar a ser Presidente da República, ele precisa ter como sucessor alguém que seja muito ruim, um presidente muito fraco que não consiga se reeleger para um segundo mandato, coisa muito difícil, já que normalmente se reelege na maioria das vezes. Ou numa outra hipótese, que o novo Presidente seja alguém de sua extrema confiança. Alguém escolhido a dedo para que ao vencimento de seu mandato não ceda à reeleição. Repito, essa pessoa tem que ser alguém de extrema confiança.
O PT está se tornando um partido como o PMDB, pouco a pouco perdendo sua identidade. Parte daqueles que comandam o Partido são políticos que têm em seu íntimo o desejo do poder. Certamente, este desejo tira a oportunidade da volta de Lula em 2014, pois estes políticos não cederão a reeleição. Talvez hoje Dilma Rousseff seja a única alternativa para as pretensões de Lula.
Dilma por ser alguém que nunca participou de nenhum cargo eletivo, não tem a malandragem do político já eleito e nem a audácia dele. Com toda certeza tem em Lula seu espelho e seu ídolo e jamais o trairá. Enfim, Lula neste jogo de tabuleiro político já pensa nas eleições de 2014.
É interessante que se faça esta reflexão, pois é notório que no PT há muitos nomes de destaque no cenário nacional e que têm mais chances de serem eleitos do que a Dilma Rousseff, porque então Lula sem consultar o Partido faz sua escolha pessoal e entra numa forte campanha pré-eleitoral?
Lula tem uma crença, crença esta, que vai conseguir transformar toda sua popularidade em votos transferindo-os para Dilma. É uma grande pretensão, pois não é o que estamos vendo nas pesquisas eleitorais que estão sendo realizadas, ainda que estejamos há mais de um ano das eleições. Pois sua candidata está figurando como a terceira nas pesquisas.
Por fim, em política não existe ciência exata, está na forma de conduzir o jogo e qualquer vacilo pode determinar a perda da partida. Certamente, neste jogo que Lula está, ele anda se arriscando muito, por exemplo: ao querer defender Sarney a qualquer custo, para manter uma ala do PMDB já começou a perder pontos no jogo. Com a possível entrada de Marina Silva vai perder mais ainda. Com estas possíveis candidaturas, Lula começa a enfrentar nas próximas eleições, duas candidatas à Presidência que têm a mesma linha ideológica socialista, a qual fez a história do PT. Ideologia esta, que certamente arrastará muitos votos de eleitores que comungam com tal ideologia.

Ataíde Lemos

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